quinta-feira, 29 de maio de 2014

Renault Sandero


Se existe um modelo responsável pelo crescimento da Renault no país na última década, ele é o Sandero. Lançado em 2007, o hatchback nasceu a quatro mãos, graças a um trabalho conjunto de Renault e Dacia. A plataforma veio do sedã Logan, originalmente projetado pelos romenos e introduzido no Brasil poucos meses antes do Sandero. Já o design ficou a cargo do centro de design latino-americano da Renault, sediado em São Paulo (SP). A mistura deu certo e logo o Sandero caiu nas graças do brasileiro. A reestilização de meia-vida feita em 2012 deu fôlego para o modelo continuar vendendo bem, apesar de alguns defeitos jamais terem sido corrigidos desde seu lançamento.

A segunda geração do Sandero estreia no Brasil justamente com esta intenção. Se o antigo hatch pecava pela falta de capricho no interior (o acabamento simples demais sempre foi um dos pontos fracos) e pelo design tímido - ainda que mais harmonioso que o primeiro Logan -, seu sucessor aposta justamente nestes aspectos. A montadora alega que foram alterações necessárias para atender um consumidor cada vez mais exigente. Mas todo mundo sabe que o processo de embelezamento do Sandero segue os passos do Logan. Juntos, eles pretendem mudar a imagem da Renault de fazer carros bons, mas sem graça.

Os fãs mais ardorosos do Sandero podem acusar a Renault de tirar sua personalidade adotando a mesma frente do Logan. Fica nítida a preocupação da marca em deixar o hatch com um visual mais refinado e menos agressivo. Olhe para as laterais: os vincos agora são mais suaves e demarcam os para-lamas de forma sutil. As lanternas traseiras lembram muito as do Logan - e também as de Onix e Gol, especialmente pela posição mais baixa. O interior ganhou em refinamento: não bastassem as superfícies serem mais elaboradas, a qualidade dos materiais empregados pela cabine melhorou. A versão mais cara, Dynamique, tem até molduras cromadas, apliques em preto brilhante no painel e bancos com relevo. Somente uma qualidade que sempre o acompanhou não mudou: o ótimo espaço interno para todos os passageiros.

Longe dos olhos muita coisa também mudou: segundo a Renault, cerca de 80% dos componentes nunca foram usados. Além da plataforma inaugurada pelo novo Logan, o carro teve melhorias na suspensão, direção e isolamento acústico. As opções de motorização não mudaram: continuam sendo as 1.0 16V e 1.6 8V, entregando 80cv/77 cv e 106 cv/98 cv, respectivamente.

O novo Sandero será lançado em quatro versões: Authentique 1.0, Expression 1.0 e 1.6 e Dynamique 1.6. A versão mais barata oferece de fábrica airbag dupo frontal, freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD), direção hidráulica, rodas aro 15, retrovisores com regulagem interna manual, aberturas internas do porta-malas e da tampa do tanque de combustível e ar quente. A opção Expression acrescenta rádio CD Player com reprodução de arquivos em MP3 e entrada auxiliar USB, Bluetooth, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas, alarme, computador de bordo, retrovisores e maçanetas externas na cor da carroceria e coluna "B" com acabamento preto.

Já a configuração Dynamique agrega bancos com relevo, rodas de liga leve aro 15, luzes de seta nos retrovisores, faróis de neblina, vidros elétricos traseiros, piloto automático, banco traseiro bipartido, volante revestido em couro e regulagem elétrica dos retrovisores. Como opcionais, a Renault oferece sensor de estacionamento traseiro, central multimídia MediaNAV 1.2 com orientação de condução econômica e ar-condicionado digital. Além disso, há também uma gama de acessórios composta por alarme, engate, faróis de neblina, ponteira de escapamento cromada e o kit Sport, composto por saias laterais, spoilers dianteiro e traseiro e aerofólio traseiro.

O novo Sandero será vendido com garantia de três anos ou 100 mil quilômetros. Os preços do modelo variam entre R$ 29.890 para a versão Authentique 1.0 e R$ 42.390 no caso do Dynamique 1.6 8V.

Veja abaixo os preços da gama Sandero:

Sandero Authentique 1.0 16V: R$ 29.890
Sandero Expression 1.0 16V: R$ 34.990
Sandero Expression 1.6 8V: R$ 38.590
Sandero Dynamique 1.6 8V: R$ 42.390

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Novo Ford Ka


O Ka simboliza com exatidão as fases da vida de um ser humano. Nascido em 1997, ele tinha como único compromisso a diversão. Era um carro jovem feito para pessoas jovens, que se preocupavam mais com o programa do fim de semana do que com as obrigações do dia-a-dia. Logo ele cresceu e começou a assumir responsabilidades. A segunda geração do Ka surgiu em 2007 com a missão de ser o carro da família. Oferecendo espaço para cinco pessoas e bagagens, conseguia acomodar todo mundo com (certo) conforto. Mas ainda faltava algo.

Este passo a frente acontece com o Novo Ka. Mais maduro do que nunca, o compacto se esforça em servir a família toda, que finalmente pode desfrutar da comodidade das quatro portas - algo inconcebível no projeto original do designer Claude Lobo. O design também mostra o quanto o compacto evoluiu. Agora um projeto global, o modelo ganhou linhas refinadas com inspiração nas últimas tendências de estilo da Ford. Dos faróis espichados à famosa grade "a la Aston Martin", todos os elementos estão no Ka. O visual arrojado remete ao seu irmão mais velho, o New Fiesta. A cabine é moderna e bem acabada para um veículo compacto, embora não seja tão espaçosa. Além da carroceria de quatro portas - a única opção disponível, aliás -, outra grande novidade da terceira geração é o lançamento de uma inédita versão sedã nos próximos meses. Conhecido como Ka+ (lê-se "Ka Mais"), ele preencherá a lacuna a ser deixada pelo veterano Fiesta Rocam Sedan.

Inicialmente, o hatchback será oferecido somente com o motor 1.0 de três cilindros em linha, dotado de variador de fase tanto no comando das válvulas de admissão quanto nas de escape. O propulsor tem a mesma concepção do aclamado EcoBoost 1.0, que na Europa equipa até o Focus. Aqui, porém, por uma questão de custos ele perdeu a turbina que eleva a potência para mais de 100 cv. Mas isso não significa que o Ka ficou fraco demais: com 85 cv se abastecido com etanol e 80 cv com gasolina, ele desbanca o Volkswagen Up do trono de veículo 1.0 aspirado mais potente do país. Outra vitória do Ford sobre seu rival aparece na hora de encher o tanque: segundo a Ford, o novo Ka é o veículo popular mais econômico do Brasil.

O termo popular, aliás, não faz jus ao conteúdo de alguams versões do Ka. Ar-condicionado e direção elétrica serão oferecidos de fábrica em todas as versões, acompanhando os obrigatórios airbag duplo frontal e freios ABS. Inicialmente serão oferecidas três versões: SE, SE Plus e SEL. A SE traz os itens supracitados mais sistema de som com rádio AM/FM, entrada USB e Bluetooth, rodas aro 14 com calotas, 21 porta-objetos, indicador de troca de marcha, abertura elétrica do porta-malas, coluna de direção com ajuste de altura, vidros elétricos dianteiros e travas elétricas.

A SE Plus se destaca por oferecer o sistema de chamada de emergência, um recurso inédito entre os veículos fabricados no Brasil. Em caso de acidente, ele aproveita o sistema multimídia SYNC para fazer uma ligação ao 192, o número de atendimento médico de emergência. Ele, então, aproveita as informações do GPS para informar as coordenadas de latitude e longitude do veículo e fornecer a localização exata do veículo acidentado. Por fim, o recurso mantém aberta a chamada no modo viva-voz para que a telefonista consiga conversar com o motorista ou, na ausência de resposta, deduzir a gravidade dos ferimentos e enviar uma ambulância. Além deste recurso, o Ka SE Plus acrescenta vidros traseiros elétricos e volante multifuncional.

Já a SEL investe nos itens de segurança, trazendo os controles de estabilidade e de tração, uma primazia em seu segmento. Assim como no New Fiesta e no EcoSport, há também o assistente de partida em rampas, que "segura" o veículo nos aclives por três segundos até que o condutor tire o pé da embreagem e pise no acelerador.

Pena que assim como o termo "popular" soa estranho pela generosa lista de equipamentos, ele também não se encaixa nos preços do modelo. A versão SE será oferecida pelo valor inicial de R$ 35.390, subindo para R$ 37.390 no caso da SE Plus. A opção mais cara será a SEL, ao preço de R$ 39.990 sem opcionais. Por conta da estratégia de marketing da Ford, o sedã Ka+ será oferecido apenas com o motor Sigma 1.5 que já é empregado no New Fiesta.
O Ka nem de longe lembra o carrinho descompromissado e irreverente do passado. Só falta saber se esta nova personalidade será suficiente para fazer a Ford desbancar toda a concorrência.